A ameaça do complexo Tapajós
Durante os meses de setembro a novembro de 2013, biólogos subcontratados estiveram em Mangabal desenvolvendo a primeira fase dos estudos de impacto ambiental para a barragem de Jatobá, uma das três grandes barragens que o governo tem planejadas para o rio Tapajós. Os pesquisadores trabalhavam para a Concremat, uma empresa privada subcontratada pelo Grupo de Estudos Tapajós, uma unidade criada pelas companhias organizadas no consórcio por trás desse projeto hidrelétrico. Alguns meses antes, um grupo indígena, parte dos mais de 13 mil índios do povo Munduruku, havia expulsado os biólogos da aldeia Amanhanã,no município de Jacareacanga, onde os cientistas estavam desenvolvendo pesquisa. O governo, então, passou a fornecer proteção militar para todos os pesquisadores.
O que poderia estar, de fato, por trás da mobilização das forças militares em terras tão pacíficas? O discurso oficial usa o tempo, repetidamente, as palavras “desenvolvimento” e “energia”.
Experiências anteriores de construções de hidrelétricas tão complexas, no rio Madeira (duas grandes barragens, que já provocaram [suprimir problemas na] enchentes neste primeiro ano de operação) e no rio Xingu (onde está sendo construída a terceira maior barragem do mundo, Belo Monte), ilustram a grande distância entre as promessas de desenvolvimento e a realidade nessas regiões. Essa retórica de infinita bondade contrasta severamente com as metralhadoras e lanchas rápidas, e com as invasões noturnas a algumas das aldeias indígenas.
Moradores de Mangabal
“vi os teus homens, tão bons, amantes da vida, escravos de homens maus que, tão desigual, repartiram tesouros, levando teu ouro e deixando mercúrio pra nós”
Valmir Pacheco
Roberto Lima, muito obrigado pela cita!
Muito cedo, histórias do ouro do Tapajós chegarão neste site… Nem precisa metáfora: a luta deste rio não é somente com ás barragens.
Obrigados!